Incêndio em Aude: deflagração de incêndio “pode ter causa criminosa”

O incêndio de magnitude excepcional que deixou um morto e dois feridos graves no Aude, "pode ter uma causa criminal resultante de um ato voluntário" , declarou o promotor público de Montpellier responsável pela investigação na quarta-feira, 13 de agosto.

"Os especialistas acreditam que, dadas as condições em que o incêndio começou, ele pode ter sido causado por um ato criminoso resultante de um ato deliberado. No entanto, essa avaliação inicial requer necessariamente a confirmação por inúmeras investigações adicionais, cuja duração pode ser significativa", acrescentou em um comunicado à imprensa.

O incêndio começou na terça-feira, 5 de agosto, por volta das 16h15, na estrada RD212, que liga Lagrasse a Ribaute. Com paisagens carbonizadas a perder de vista, o incêndio, que atingiu 16.000 hectares de matagal, coníferas e plantações, dos quais 13.000 queimaram em 48 horas, foi controlado no domingo, mas ainda não foi extinto.

É o pior incêndio em pelo menos 50 anos na região do Mediterrâneo francês, de acordo com o Banco de Dados de Incêndios Florestais (BDIFF) do governo francês, que registra a área total coberta pelas chamas desde 1973.

Uma investigação foi aberta no dia seguinte ao incêndio pela Gendarmaria de Aude e pela unidade de investigação de Montpellier. O Ministério Público de Carcassonne, que inicialmente tinha jurisdição geográfica, renunciou à jurisdição em 9 de agosto em favor da unidade ambiental regional do Ministério Público de Montpellier.

À medida que as investigações avançavam, continuou a declaração do promotor, "parecia que este incêndio teve origem humana, sendo excluída qualquer causa natural".

"Um painel de dois juízes de instrução foi notificado em vista das consequências humanas, ambientais e materiais deste incêndio", conclui o comunicado à imprensa.

Uma mulher de 65 anos foi encontrada morta em sua casa em Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, um morador ficou gravemente queimado e um bombeiro sofreu um ferimento na cabeça, entre os 23 feridos neste incêndio.